terça-feira, 23 de março de 2010




Com uma saudade imensa de alguns amigos que estão longe.


Um beijo e um abraço forte para Cariñito (Rodrigo), Marquinhos e Mariana.


segunda-feira, 15 de março de 2010

Amor por Manoel

Com um amor que sempre fora, mas só agora revelado. Manoel de Barros, Manoel de Barros.
Mi sempre me falava dele e sei que quando Mi ama, eu amo. Somos assim, irmãs de gostar das mesmas coisas. Sabia que Caetano, outro que eu amo, também cultua Manoel, como um amor que se guarda na alma. E por Mi e Caetano, sempre soube que meu encontro com ele teria que ser algo demorado, com tempo já.
Guardei o momento de conhecê-lo e sempre quis ser apresentada a ele por Mi. Assim, num sábado de fevereiro em São Paulo eu passei a amar Manoel. Foi uma tarde de esmaltes, leituras e pensamentos amplos. Um fraterno encontro coroado pela poesia de Manoel. Nossa como eu amei.


MEMÓRIAS INVENTADAS

Manoel de Barros

MANOEL POR MANOEL

Eu tenho um ermo dentro do olho. Por motivo do ermo não fui um menino peralta. Agora tenho saudade de que não fui. Acho que o que faço agora é o que não pude fazer na infância. Faço outro tipo de peraltagem. Quando eu era criança eu deveria pular muro do vizinho para catar goiaba. Mas não havia vizinho. Em vez de peraltagem eu fazia solidão. Brincava de fingir que pedra era lagarto. Que lata era navio. Que sabugo era um serzinho mal resolvido e igual a um filhote de gafanhoto.
Cresci brincando no chão, entre formigas. De uma infância livre e sem comparamentos. Eu tinha mais comunhão com as coisas o que comparação. Porque se a gente fala a partir de ser criança, a gente faz comunhão: de um orvalho e sua aranha, de uma tarde e suas garças, de um pássaro e sua árvore. Então eu trago das minhas raízes crianceiras a visão comungante e oblíqua das coisas. Eu sei dizer sem pudor que o escuro me ilumina. É um paradoxo que ajuda a poesia e eu falo sem pudor. Eu tenho que essa visão oblíqua vem de eu ter sido criança em algum lugar perdido onde havia transfusão da natureza e comunhão com ela. Era o menino e os bichinhos. Era o menino e o sol. O menino e o rio. Era o menino e as árvores.

terça-feira, 9 de março de 2010

De quando a vida é um presente

No mais, um desejo louco de viver com força. Um desejo louco de ser gigante. Um desejo louco de amar cada vez mais.
Amo muito tudo isso.