domingo, 24 de fevereiro de 2013

Eis que numa América habito.

O tema nosso de americanos, mais precisamente de latino-americanos muito me fascina. Esse lugar em que as coisas se colocaram. É certo que muitas já existiam, mas essas.. ah essas! Foram queimadas, sacrificadas, cruelmente extintas para dar lugar a outras; novas, misturadas, miscigenadas.  Mas a pele resiste, o DNA é certeiro e mesmo que a gente não queira não há como negá-lo. O ar também, e a própria terra que insiste em contar sua história.

Meu lugar nesse rincão é numa esquina, numa esquina desse continente tão cheio de sol e cores, e há muita música e pés que insistem em pisar o chão, no sempre desejo de elevar o espírito. 

Feliz de que meus pés sambem, dancem caboclinhos e baião, que meus quadris bailem cumbias e salsas, que minhas mãos sustentem pañuelos de cuecas bravas e que meu sorriso tempere tudo isso. Parece que tanta música, tanto baile, tanta festa é mesmo para trazer leveza a tanto sangue derramado. Mas uma coisa é certa, essa história tem que ser contada. 


E sobre os índios:

"Tinham governo? Propriedades? Como defecavam? Trocavam objetos que eles fabricavam com outros fabricados pelas tribos vizinhas? Eram músicos? Tinham religião? Colocavam adornos nos braços, no nariz, no pescoço, nas orelhas ou em qualquer outra parte do corpo? Com que mão comiam?".  O Enteado (Juan José Saer).